O Bitcoin está enfrentando uma queda significativa nesta sexta-feira (17), refletindo as incertezas em torno das tarifas propostas por Donald Trump para a China na semana passada. Com a aproximação do fim de semana, a atenção dos investidores gira em torno do patamar de US$ 103.000, que, segundo analistas, é um nível de preço crucial.
Atualmente, o Bitcoin é negociado a US$ 106.953, marcando uma diminuição de cerca de 11% em relação ao preço do mesmo dia da semana passada, e quase 8% abaixo do valor de um mês atrás. Essa situação tem deixado os investidores um pouco nervosos, especialmente aqueles que adquiriram a moeda em torno de US$ 113.000. O analista JA_Maartun, da CryptoQuant, destaca que essa pressão vem sobretudo de investidores de curto prazo, que costumam manter o Bitcoin por menos de 155 dias.
Ele explica que o suporte que o preço ofereceu anteriormente acabou quebrando após múltiplos testes, o que desencadeou mais vendas. A situação foi intensificada por mudanças na plataforma Coinbase, onde o preço do Bitcoin passou a ser inferior em comparação a outras exchanges, sinalizando uma diminuição da demanda local.
MAaartun adverte que o nível de US$ 103.000 é significativo porque está cerca de 10% abaixo do preço médio dos detentores que compraram recentemente. Esse patamar atuou como um suporte importante durante as altas do ano passado. Portanto, esse é um número a ser monitorado atentamente.
O humor do mercado está sendo afetado não só pelo preço do Bitcoin, mas também por previsões de que a moeda pode cair para US$ 100.000 antes de tentar alcançar novamente os US$ 120.000. Na manhã de hoje, cerca de 65,8% dos usuários de uma plataforma de previsões acreditam que o Bitcoin fará esse movimento.
Julio Morena, da CryptoQuant, observa que a recente quebra da faixa de consolidação entre US$ 110 mil e US$ 108 mil para baixo traz o nível de US$ 100 mil como uma possível linha de defesa. Esse valor representa a faixa inferior de preço que se revela crucial nos ciclos de alta.
As tensões comerciais estão começando a suavizar, já que Trump afirmou que a tarifa de 100% era uma pressão que o forçaram a considerar. Ele planeja um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul ainda neste mês. Contudo, os mercados de criptomoedas e ações também estão sentindo o peso do nervosismo relacionado a possíveis falências no setor bancário dos EUA.
Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, acenou que novas falências no setor automotivo poderiam ser indicativo de um sistema financeiro fragilizado. Ele reconheceu que, normalmente, quando um problema aparece, outros podem estar à vista.
Diante desse cenário, os mercados estão se adaptando ao nervosismo generalizado. A capitalização total do mercado de criptomoedas caiu 2,8%, para US$ 3,66 trilhões na manhã de hoje. A volatilidade dessa semana levou à liquidação de mais de US$ 1,2 bilhão em posições alavancadas em apenas 24 horas.
Os investidores devem ficar atentos ao comportamento institucional. O fechamento de 12 ETFs de Bitcoin sem novos aportes indica uma venda em massa, o que pode afetar os níveis de suporte. Mesmo diante de toda essa oscilação, os especialistas afirmam que ainda está dentro da normalidade em um mercado tão volátil.
